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hericmr authored Aug 9, 2023
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Quem parece ter dado um passo adiante na busca por essa resposta, foi Hegel ao perceber que este movimento é impulsionado por contradições que estão presentes no próprio ser. Esta contradição gera tensionamentos que podem aumentar e no limite dessa tensão entre as contradições contidas no ser, acontecem rupturas e através dessas rupturas ocorrem transformações. Em Hegel esse movimento dialético é do espírito, criado pelo pensamento.
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<blockquote>Uma teoria antropocêntrica da ontologia do ser social é uma ontologia da miséria e não nos cabe.</blockquote>
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Depois Marx recuperou essa ideia e desenvolveu a concepção de movimento gerado pelas contradições para além de uma “camada espiritual” ou Ideal hegeliana. O movimento do ser em Marx, atravessa toda a realidade material chegando até mesmo na subjetividade dos seres humanos. Um movimento do material para o ideal, o oposto do que Hegel propôs. Em sua Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, em um debate com a ideia sobre as noções de como deve ser a crítica à religião, Marx demonstra que a religião por ser criada pelos humanos, tem suas origens concretas primeiro, e organiza-se nas consciências depois.
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O terceiro tipo de ser é o social (que também requer a existência dos dois primeiros para poder existir). O ser social é mais complexo que os outros dois seres e surge por último. Este ser tem uma característica específica que é a atividade finalística ou teleológica. Um tipo de atividade que do ser quando cria novas formas (ferramentas ou instrumento) para atender suas necessidades ou vontades. Essas formas ou ferramentas são pensadas e formuladas preteritamente com uma finalidade pré estabelecida. Usando seu próprio corpo e em contato com outros corpos, o ser social modifica a natureza que o rodeia e transforma a si mesmo. Essa atividade chamamos de trabalho. O trabalho é o cerne do ser social porque é necessário para o ser social existir.
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<blockquote>Uma teoria antropocêntrica da ontologia do ser social é uma ontologia da miséria e não nos cabe.</blockquote>
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"Ao passo que os animais agem para satisfazer suas necessidades, os seres humanos agem para produzir os eios de satisfação de suas necessidades”
(MARX; ENGELS, 1993, p. 39-40)
"Ao passo que os animais agem para satisfazer suas necessidades, os seres humanos agem para produzir os eios de satisfação de suas necessidades” (MARX; ENGELS, 1993, p. 39-40)
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Marx foi um homem de sua época e certamente não conheceu o movimento animalista. Convém lembrarmos aqui que essa atividade teleológica também ocorre em diversas espécies de animais não-humanos. Com uma diferença apenas em grau e não em qualidade. Citamos por isso o Manifesto de Cambridge sobre a Consciência, publicamente proclamado em julho de 2012
naquela universidade, que declara:
Marx foi um homem de sua época e certamente não conheceu o movimento animalista. Convém lembrarmos aqui que essa atividade teleológica também ocorre em diversas espécies de animais não-humanos. Com uma diferença apenas em grau e não em qualidade. Citamos por isso o Manifesto de Cambridge sobre a Consciência, publicamente proclamado em julho de 2012 naquela universidade, que declara:
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“Evidências convergentes indicam que animais não humanos têm os substratos neuroanatômicos, neuroquímicos e neurofisiológicos dos estados conscientes, justamente com capacidade de exibir comportamentos intencionais. Consequentemente, o peso da evidência indica que os humanos não são os únicos que possuem os substratos neurológicos que geram a consciência. Animais não humanos, incluindo todos os mamíferos e pássaros, e muitas outras criaturas,incluindo polvos, também possuem os substratos neurológicos.” (Low, 2012)
colocado em negrito por nós
“Evidências convergentes indicam que animais não humanos têm os substratos neuroanatômicos, neuroquímicos e neurofisiológicos dos estados conscientes, justamente com capacidade de exibir comportamentos intencionais. Consequentemente, o peso da evidência indica que os humanos não são os únicos que possuem os substratos neurológicos que geram a consciência. Animais não humanos, incluindo todos os mamíferos e pássaros, e muitas outras criaturas,incluindo polvos, também possuem os substratos neurológicos.” (Low, 2012) colocado em negrito por nós
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Lembrar que os animais humanos não são os únicos seres sociais não é mero detalhe dado o caráter especista da sociedade em que ainda vivemos. Uma teoria antropocêntrica da ontologia do ser social é uma ontologia da miséria e não nos cabe. Mas não nos enrolemos, vamos para salto ontológico. De alguma forma, em alguns momentos a natureza engendra mudanças, algumas delas ou a soma de algumas delas podem transformar qualitativamente as condições de existência anteriores. Algumas teorias biológicas argumentam que a Terra em determinadas condições físico-químicas específicas foi capaz de produzir o surgimento dos primeiros metabolismos vivos. Esse é para Lukács e Lessa o salto ontológico dos inorgânicos para seres orgânicos. O segundo salto ontológico não é tão consensual para a ciência. Em uma empreitada pretensiosa e darwinista: O papel do trabalho na transformação do macaco em homem, Engels afirma ter sido a simples presença das mãos, postura ereta e consumo de carne fatores determinantes para o surgimento e desenvolvimento da atividade teleológica. Mais uma miséria ontológica. Talvez mais fatores tenham sido importantes para este salto. Como o simples acaso, ou outros fatores que ainda não fomos capazes de perceber.
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Fato é que o trabalho possui um papel central para a constituição humana, sendo a atividade que cria, inventa e modifica a natureza. Gerando uma humanização da natureza e dos próprios seres humanos. Porém este caráter do trabalho foi alterado no momento em que foi inserido em uma nova organização político-econômica, criando novas divisões e relações sociais de trabalho no mundo: o modo de produção capitalista.
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Com a implementação do modo de produção capitalista, o papel humanizador do trabalho é modificado. As condições sociais nas quais o trabalho é feito neste sistema faz com que o trabalho mude e produza efeitos diferentes dos que tinha até então. O trabalho passa a ser realizado sob novas relações sociais. Essas relações de produção na sociedade determinam as a própria sociedade que passa a ser dividida entre proprietários dos meios de produção e classe trabalhadora. Enquanto apenas a classe dominante é detentora dos meios de produção e do poder econômico para adquirir as mercadorias produzidas, a classe trabalhadora vive uma batalha eterna de vender sua força de trabalho para poder, utilizando-se dos meios de produção dos
capitalistas, produzir mercadorias vendidas a um valor superior ao da força vendida, que mal conseguirá comprar o mínimo para sua subsistência.
Com a implementação do modo de produção capitalista, o papel humanizador do trabalho é modificado. As condições sociais nas quais o trabalho é feito neste sistema faz com que o trabalho mude e produza efeitos diferentes dos que tinha até então. O trabalho passa a ser realizado sob novas relações sociais. Essas relações de produção na sociedade determinam as a própria sociedade que passa a ser dividida entre proprietários dos meios de produção e classe trabalhadora. Enquanto apenas a classe dominante é detentora dos meios de produção e do poder econômico para adquirir as mercadorias produzidas, a classe trabalhadora vive uma batalha eterna de vender sua força de trabalho para poder, utilizando-se dos meios de produção dos capitalistas, produzir mercadorias vendidas a um valor superior ao da força vendida, que mal conseguirá comprar o mínimo para sua subsistência.
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Aquilo que antes da revolução burguesa era uma atividade vital consciente e humanizadora deixa de ser livre e começa a ser unicamente um meio de sobrevivência. Para a classe trabalhadora, o trabalho produtivo acaba por se transformar em uma obrigação. O trabalho não é mais feito de forma autônoma, mas na forma de trabalho alienado.
Aquilo que fora antes uma atividade vital consciente e humanizadora deixa de ser livre e começa a ser unicamente um meio de sobrevivência. Para a classe trabalhadora, o trabalho produtivo acaba por se transformar em uma obrigação. O trabalho não é mais feito de forma autônoma, mas na forma de trabalho alienado.
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